Patologias

O crânio de um lactente é pouco rígido e tem uma grande plasticidade, pelo que facilmente se percebe o quão sensível é a forças de pressão externas. Durante a travessia do canal de parto, o crânio de recém-nascido sofre deformidades significativas transitórias, tornando, assim, possível a sua travessia. Independentemente disso, outras forças externas, pós-natais ou até pré-natais, podem causar deformação do crânio, não tão transitórias.

As deformidades cranianas como a plagiocefalia, braquicefalia e escafocefalia são produzidas por uma pressão externa e constante no crânio e podem surgir na gestação e/ou durante a travessia do canal de parto. Podem ainda aparecer durante o primeiro ano de vida, especialmente nos primeiros 4 meses, sendo uma das principais causas o posicionamento da cabeça nesse período.

Porquê corrigir?

Estudos científicos indicam que a plagiocefalia causa problemas funcionais de motricidade em 40% dos afetados, problemas cognitivos em 15-20% dos afetados e de aprendizagem de fala em 25% dos afetados. Outros problemas associados são: desalinhamento do maxilar com maloclusão dentária, otite média de repetição, problemas auditivos e astigmatismo unilateral ou bilateral.

Como prevenir?

A prevenção é fundamental, quer seja para evitar o aparecimento de deformidades cranianas, como para impedir o agravamento de condições já existentes. Assim, é possível tomar algumas medidas para ajudar:

• Colocar o bebé em posição supina (barriga para cima) e alternar o lado da cabeça para o qual o bebé dorme, utilizando sempre a Almofada BUMI;
• Evitar deixar o bebé permanecer durante longos períodos dentro das cadeiras de transporte e nos carros de passeio sem a Almofada BUMI;
• Alternar ao longo do dia a posição da cabeça do lactente;
• Quando acordado, o bebé deve ser colocado a brincar de barriga para baixo, sempre sob supervisão («Tummy time – Back to sleep and round again») mais de 3 vezes durante um dia, durante um total de cerca de 1 hora por dia. Além da profilaxia para a deformidade, estimula-se o seu desenvolvimento neuromuscular;
• Se sob aleitamento artificial, evitar dar o biberão sempre na mesma posição, alternando o lado da inclinação do bebé.

O que é?

Entende-se por plagiocefalia (do grego plagio: obliquo e kephale: cabeça) a assimetria do perímetro craniano, também designada de "plagiocefalia posicional ou postural”. Quando estamos perante esta deformidade, a cabeça desenvolve uma área plana na parte detrás ou num dos lados da cabeça, podendo esta planificação occipital ser simétrica ou assimétrica. Nestes casos, a cabeça pode adotar a configuração de paralelogramo ou trapezoidal.

A Plagiocefalia é a deformidade que mais frequentemente ocorre nos recém-nascidos. Não sendo unicamente uma questão estética, é principalmente um problema médico, devido à pressão que é exercida sobre o cérebro que está em crescimento, e os problemas futuros que pode provocar.

Como medir?

A medição do grau de deformação de uma plagiocefalia deverá ser executada por um profissional. Para tal, com recurso a um craniómetro, é necessário medir as 2 diagonais da cabeça a partir das eminências frontais e com o mesmo ângulo em relação à linha Anterior-Posterior (AP), calculando a diferença entre as duas diagonais.

Numa cabeça sem deformação, as duas leituras deveriam ser iguais. A diferença entre elas resultará num número entre 0 mm e 40 mm, que indicará o grau de gravidade da deformidade craniana, entre leve, moderada ou grave.